Direção: Mikhail Kalatozov
Roteiro: Enrique Pineda
Barnet; Yevgeni Yevtushenko
Uma visão poética de vários aspectos da vida em Cuba pouco antes da queda do regime ditatorial de Fulgêncio Batista, através de diversos episódios.
Eu sou Cuba,
ou eu sou Brasil.
Onde os
gringos vêm atrás de drogas, "mulatas", festas e prostitutas. Onde somos vistos
como um quintal, para que eles possam esfregar seus dólares nas nossas caras,
enquanto esfregamos nossas bundas na cara deles.
Onde a
multinacional, o latifundiário ou o grande investidor põe pra fora das terras o
pequeno agricultor. Onde a grilagem é conquistada a partir da bala do capanga e
legalizada através da caneta de um Gilmar Mendes da vida.
Onde, um dia,
militares proibiram manifestações políticas, censuraram a imprensa, perseguiram
os estudantes, assassinaram jornalistas e sitiaram todo um país.
Eu sou Cuba,
onde, num belo dia, jovens armados desembarcaram em Sierra Maestra e mudaram
para sempre a história desse país, até então, insignificante para o mundo.
Cuba, apesar
de todos os acertos pós-revolução e de todos os erros pós-autoritarismo-de-Fidel,
sempre será o símbolo de uma geração que um dia teve a esperança de romper com
um modelo gerador de injustiças.
Cuba e
Brasil: dois caminhos distintos, para a tentativa de superação de um mesmo
problema.
Mas Eu sou Cuba, além de tudo isso, é,
sobretudo, uma aula cinematográfica. Seus planos, enquadramentos, plano-seqüência
e movimentos de câmera são extremamente bem elaborados, com um primor técnico
louvável. É a escola soviética reforçando o seu caráter de ter na forma uma
importância igual ou maior que o próprio conteúdo (recorrentemente panfletário).
Minha Nota: 8,0
IMDB: 7,9
ePipoca: 4,4
Sugestão: Morango e chocolate
Download:
Como foi dito, é um filme para ser admirado mais pelo aspecto técnico do que roteiro, interpretações etc.Mas o plano sequência saindo da fábrica de charutos para acompanhar o enterro e o feito em diversos níveis do hotel de luxo são fantásticos . A fotografia em preto e branco com nuances é outro destaque.Vale muito a pena conhecer esta obra que não fez sucesso na época nem em Cuba nem na extinta URSS.
ResponderExcluirDeixando um link válido para o Documentário - Soy Cuba - O Mamute Siberiano em AVI - http://mcaf.ee/23qjn
ResponderExcluirObrigado Bruna.
ExcluirTambém atualizei o link aqui.
abraço,
Az
Um grande obrigado pelo "link" (passados estes anos ainda funciona).
ResponderExcluirNão conhecia o filme, até que por acidente dei com o documentário de Vicente Ferraz, "Soy Cuba, O Mamute Siberiano" que passou num dos canais da TV Pública de Portugal. Apanhei o documentário a meio, e logo na sequência do funeral do estudante abatido pela polícia. Fiquei boquiaberto... sem "drones" nem efeitos digitais! Não admira que Martin Scorcese tenha dito que se tivesse visto o filme antes teria filmado de outra maneira.
Se o filme na altura não teve grande sucesso porque a narrativa "eslava" (palavras do documentário citado) não colou nas plateias cubanas, visto por outro lado, o da fotografia, é algo majestoso.
Um abraço desde Portugal.