Direção: Fernando Solanas
Roteiro: Fernando Solanas
Uma das economias mais prósperas e liberais do mundo, a Argentina das duas últimas décadas beirou a ruína. Este documentário analisa a crise argentina que explodiu em 2001 e dos protestos que se seguiram.
Argentina,
Outubro 2001:
“O governo da
Aliança é derrotado nas eleições legislativas. O presidente De La Rua recusa-se
em mudar a política cambial. Em 2 anos de gestão, suas promessas de centro
esquerda são trocadas pelo programa do FMI, uma continuidade do Governo de
Carlos Menem.
A recessão
aumenta. Milhões de pobres e desempregados. Enorme fuga de capitais. Os bancos
bloqueiam as contas. Se agrava a crise.
Depois de
muitos anos que o país parecia desaparecido diante da apatia, estoura a
insurreição. A revolta espontânea dos "ninguém", que fazendo soar
suas panelas, se rebelavam pelos bairros, e ocupavam as cidades, as
instituições e os bancos.”
“Filhos da
puta!”
“Não estamos
mais na ditadura! Entende?”
“Bando de
idiotas!”
“Macacos com armas!”
“Quem está
lhes dando ordens? É capaz de matar uma mulher? É capaz de matar o povo só por que
te deram ordens?”
“A dívida
contemporânea se inicia de forma ilegítima com a ditadura militar. Apesar da
Justiça demonstrar sua origem fraudulenta, a pressão do
"Establishment" foi mais forte. Desde então, serviria para
condicionar Governos e reduzir o patrimônio público.”
“Derrota
americana no Vietnã. Conservadores retornam ao poder. Crise e alta nos preços.
Excedente mundial de dólares. Bancos oferecendo créditos a 3%. Nasce a dívida
do 3º Mundo. As taxas de juros sobem para os 16%. Os países endividados
quebram.”
“Somos os
"levanta mãos", conseqüentes e comedidos. Votamos com os olhos
fechados no que manda o partido. Somos os "levanta-mãos", legislamos com
o esquecimento. E os eleitores traímos, apesar de servi-los”
“Não somente
os políticos, temos que incluir os jornalistas, os meios de comunicação. Até
quando vamos agüentar tanta estupidez? Instrumentos extraordinários como a Tv e
o rádio nas mãos de idiotas, gerando uma nação de idiotas. Até quando?”
"Nada do
que deva ser Estatal permanecerá nas mãos do Estado"
“As
privatizações foram feitas na medida dos interesses da corporações. A pátria
"contratista" financiou todas as campanhas eleitorais, todos os
governos, todos os golpes de Estado, e realizaram todas as grandes obras
públicas. Nenhum outro setor gozou de tantos privilégios”
“Não se
conhece um país que tenha entregado seu gás e seu petróleo sem haver perdido
uma guerra. Tem que se pensar que foi uma verdadeira traição a uma país de uma
classe dirigente. México, Brasil e Venezuela não privatizaram em absoluto o seu
petróleo.”
“A Petrobrás
avaliou a ‘Gas del Estado’ em 25 bilhões de dólares. Nós, com a avaliação dos
consultores internacionais, a vendemos por 2,5 bilhões de dólares. 10 vezes
menos.”
"Onde
está o dinheiro que foi roubado? Carlos Menem, seu cunhado Emir Yoma, Cavallo e
outros envolvidos, no caso do contrabando de armas, seriam presos. Mas a
Suprema Corte os deixaria em liberdade.”
“O modelo
neo-liberal terminou num hecatombe. Os responsáveis não puderam vender tudo o
que desejavam”.
“Menem e De
la Rúa também não puderam impor a saída repressiva, nem calar os protestos
contra o silêncio diante dos crimes mafiosos ou de encomenda, nem frear a
permanente ação das mães, avós e filhos dos "desaparecidos". Foram
impedidos por uma nova história: a de milhares de lutas e mobilizações de
resistência, de movimentos sociais desenvolvidos durante a década. Organizações
territoriais, "piqueteiros", refeitórios e associações de bairro,
ocupações de terra e assentamentos, a Grande Passeata Federal e centenas de
outras. Os contínuos protestos dos aposentados, as mulheres rurais em lutas,
estudantes e clientes de bancos, comerciantes e artistas... culminaram nessa
passeata espontânea de dezembro de 2001, que como no "17 de outubro"
(1945) ou no "Cordobazo" (1969), mudariam a história argentina.”
Minha Nota: 7,3
IMDB: 7,7
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Sugestão: Trabalho Interno
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