Direção: Juan Carlos Tabío; Tomás
Gutiérrez Alea
Roteiro: Senel Paz
Estudante cubano que acredita firmemente no regime de Fidel Castro entra em depressão quando sua namorada o deixa casar-se com outro. Sua vida toma outro rumo quando ele conhece Diego, artista homossexual, que não é aceito pela sociedade cubana.
A homossexualidade sempre foi tratada com preconceito e
repressão pelos líderes cubanos pós-Revolução. O mundo mudou, o muro de Berlim
caiu, o embargo estadunidense continua, e as diretrizes cubanas vêm mudando
de alguns anos para cá, sobretudo com a chegada de Raul Castro ao poder.
A mudança já pode ser sentida, por exemplo, no trato que o
governo cubano dá às questões LGBT. Uma das lutas encabeçadas por Mariela
Castro, filha de Raul, é justamente acabar com preconceitos, uma vez que,
segundo ela, a discriminação não combina com os interesses da Revolução. E uma
das conquistas dessa luta é um pacote de leis que altera algumas regras atuais
e estenderá direitos aos homossexuais, como o reconhecimento da união estável.
E é disso tudo que Morango
e Chocolate falava, há 18 anos: política, atraso, intolerância, revolução,
discriminação, direitos. Tudo de forma bem sutil e com uma sensibilidade que
comove “maricóns” e héteros. O filme dá uma grande contribuição crítica para se
discutir aspectos da política cubana – e é sempre bom lembrar, que no meio do
furacão da revolução existem seres humanos, com seus desejos e sentimentos particulares, que
ultrapassam os limites das ideologias políticas ou da construção social
coletiva. E eles também merecem respeito e liberdade, além de gozar do que o
Estado tem que oferecer em troca.
Após 18 anos, o filme ainda é atual e serve de lição para o
governo cubano, brasileiro e estadunidense.
Minha nota: 8,1
IMDB: 7,3
MelhoresFilmes:
7,5
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